Deusa Bastet – Egito Antigo
O Culto a Bastet, a Deusa com feições felinas, vem do Antigo Egito. Bastet aparece pela primeira vez no terceiro milênio aC, onde é retratada como uma leoa feroz ou uma mulher com cabeça de leoa. Dois mil anos depois, durante o Terceiro Período Intermediário do Egito (c. 1070–712 aC), Bastet começou a ser descrita como um gato doméstico ou uma mulher com cabeça de gato.
Essa mudança de relações de poder tem muito a ver com a importância que os gatos domésticos tinham no Antigo Egito, pelo combate às pragas e no fato de que durante esse período, o contato com os gregos, que associavam Bastet a Artemis contribui para essa visão, assim como a existência de outra Deusa com cabeça de leoa (Sekhmet).
Embora os atributos de ferocidade tenham sido modificados com o tempo (também devido ao fato de que o Egito estava num período com menos guerras) a Deusa Bastet continuou sua jornada como uma Deusa ligada à proteção e se adaptou aos novos caminhos do mundo Egípcio. Portanto, as mudanças de atributos dessa Deusa acompanharam as transformações do Antigo Egito, bem como o contato com outras civilizações antigas.
O historiador antigo Heródoto relata que das muitas festas solenes realizadas no Egito, a mais importante e mais popular era a celebrada em Bubastis em homenagem a essa deusa. Na data comemorativa chegavam ao local cerca de 700 mil pessoas (homens e mulheres, mas não crianças) e a festa era regada a grandes quantidades de bebidas, levando os participantes a embriagues, pois segundo a tradição, a Deusa Leoa deveria ser apaziguada com a bebida.
Mais de 300.000 gatos mumificados foram descobertos quando o templo de Bastet foi escavado em Bubastis . Alguns arqueólogos sugerem que o status do gato nas dinastias egípcias era equivalente ao da vaca na Índia moderna, visto e respeitado como um animal sagrado.
Apesar de ser tratado como um animal sagrado no Antigo Egito, o gato foi perseguido pela Igreja Católica, por ser associado à práticas de bruxaria e feitiçaria, que na realidade eram, em sua maioria, cultos religiosos suprimidos e demonizados pelo Cristianismo.
O culto a Bastet revela muito sobre o Egito antigo, as práticas religiosas e ao sagrado feminino, nos trazendo uma dimensão da conexão com os animais e a religiosidade, muito comum em práticas xamânicas.
Bastet é conhecida como a deusa egípcia do lar, dos segredos das mulheres, dos gatos, da fertilidade e do parto. Ela protege a casa de maus espíritos e doenças, especialmente doenças associadas a mulheres e crianças. Deusa Bastet é a Deusa da flexibilidade, aquela que protege os segredos das mulheres Ela era filha do deus sol Rá e está associada ao conceito de Olho de Rá (o olho que tudo vê) e da Deusa Distante (uma divindade feminina que deixa Rá e retorna para trazer a transformação).
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