Jornal Folha de São Paulo – Mulher com nível superior fica mais solteira que homem.

Jornal Folha de São Paulo -Mulher com nível superior fica mais solteira que homem.
Jornal Folha de São Paulo – Mulher com nível superior fica mais solteira que homem.

Jornal Folha de São Paulo -Mulher com nível superior fica mais solteira que homem.

Jornal Folha de São Paulo – Mulher com nível superior fica mais solteira que homem. Pesquisa mostra que o número de mulheres universitárias “livres” supera em 54% o de homens.

Nos demais grupos de instrução, diferença não passa de 10%, segundo as contas feitas na Pnad, do IBGE

O mercado matrimonial não está nada favorável para as mulheres de alta escolaridade. Ao menos para aquelas que não abrem mão do casamento e insistem em procurar apenas homens de mesmo nível de instrução.

Tabulações feitas a pedido da Folha pelos demógrafos Suzana Cavenaghi e José Eustáquio Alves, da Ence (Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE), mostram que o número de mulheres com nível superior “livres” supera em 54% o de homens na mesma situação.

São 800 mil mulheres a mais solteiras, viúvas ou separadas e que não vivem com um cônjuge. Nos demais grupos de instrução, a diferença não passa de 10%, segundo as contas feitas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2009, do IBGE.

As mulheres, neste caso, sentem a consequência de seu sucesso, por terem avançado mais do que os homens nos últimos 30 anos na educação. Em 1981, a população adulta masculina com formação universitária era 35% maior. Mas, ao final da década passada, elas já os superavam em 27%.

Segundo Eduardo Rios Neto, demógrafo do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG, essa reversão do hiato educacional já afeta o mercado de casamento, pondo em xeque o modelo tradicional de mulher casando com homem de instrução maior ou igual.

De fato, estudo feito por Aretha Lopez Soares, da Ence, mostra que hoje já é mais comum encontrar casais em que a mulher é mais escolarizada do que o inverso. No caso das com formação universitária, 52% já vivem com um cônjuge menos instruído.

“Em muitos países da Europa, casar não é tão fundamental. A mulher pode investir na carreira e não se sentir infeliz por ser solteira. Mas, no Brasil, não ter marido ainda é visto como fracasso social”, afirma a antropóloga Mirian Goldenberg.

Ela diz que há o agravante de as mulheres terem sido culturalmente educadas a procurar um parceiro mais velho, rico e instruído.

“Para aquelas que chegaram ao topo, não adianta olhar só para cima. Se o casamento for tão importante, terão que olhar também para baixo”, diz a antropóloga.

Para a terapeuta de família Tai Castilho, escolaridade diferente pode ser um elemento de tensão. Isso porque alguns homens lidam mal com o fato de não serem o principal provedor da casa, enquanto as mulheres que se qualificam ganham mais autonomia e tendem a aceitar menos um papel submisso.

“É questão de assunto diz”, diz solteira há 5 anos. Ela afirma procurar “similar compatível” de São Paulo Solteira há cinco anos, a oftalmologista Karine Koller, 35, decidiu se inscrever em auma agência de casamentos em busca de “um similar compatível, e não um oposto complementar”.

O desequilíbrio entre homens e mulheres livres que possuem graduação torna difícil a tarefa, mas Karine não abre mão de alguém que tenha feito a faculdade.

“Não é preconceito, é uma questão de assunto, de compatibilidade de idéias. Na agência, 93% das pessoas têm graduação. A maioria é o que a dona da A2Encontros, Cláudya Toledo, chama de “mulher cabeça”: estudou demais, e esqueceu seu lado feminino.

“Fiquei no mundo masculino do trabalho. Eu tinha de me arrumar , só fazia aquela coisa prática de passar no salão e deixar uma pessoa fazer uma escova”, afirma Karine.

Para recuperar a feminilidade, a médica assistiu a palestras, aprendeu a técnicas de maquiagem baseadas em pinturas indianas sagradas e conceitos de chacras para ganhar harmonização.

Já teve encontros com similares, mas faltou a parte do compatível: até agora, “não rolou química”.

A jornalista Fernanda Paiva, 33, está na mesma situação: recorreu ao site de relacionamentos ParPerfeito em busca de um futuro marido que tenha pelo menos formação universitária.

“A mulher que tem nível de escolaridade mais elevado não se contenta com qualquer coisa”, diz.

Ela já esteve do outro lado: casou aos 20 anos, quando tinha apenas o ensino médio e havia mais oferta no mercado. Fez faculdade após o divórcio e, agora, diz que é difíci achar alguém à altura.

Para o presidente do site, Claudio Gandelman, as mulheres precisam abrir mão de algumas exigências para ter sucesso no relacionamento. “Realmente não dá para ser perfeito”.

ANTONIO GOIS,DO RIO
LUIZA BANDEIRA,DE SÃO PAULO

Fonte: Folha de São Paulo

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