É questão de assunto, diz solteira há 5 anos – Ela afirma procurar “similar compatível”
DE SÃO PAULO
Solteira há cinco anos, a oftalmologista Karine Koller, 35, decidiu se inscrever em uma agência de casamentos em busca de “um similar compatível, e não um oposto complementar”.
O desequilíbrio entre homens e mulheres livres que possuem graduação torna difícil a tarefa, mas Karine não abre mão de alguém que tenha feito faculdade.
“Não é preconceito, é uma questão de assunto, de compatibilidade de ideias.”
Na agência, 93% das pessoas têm graduação.
A maioria é o que a dona da A2 Encontros, Cláudya Toledo, chama de “mulher cabeça”: estudou demais, trabalhou demais, e esqueceu seu lado feminino.
“Fiquei no mundo masculino, do trabalho. Eu tinha deixado de me arrumar, só fazia aquela coisa prática de passar no salão e deixar a pessoa fazer uma escova”, afirma Karine.
Para recuperar a feminilidade, a médica assistiu a palestras, aprendeu técnicas de maquiagem baseadas em pinturas indianas sagradas e conceitos de chacras para ganhar harmonização.
Já teve encontros com similares, mas faltou a parte do compatível: até agora, “não rolou química”.
A jornalista Fernanda Paiva, 33, está na mesma situação: recorreu ao site de relacionamentos Par Perfeito em busca de um futuro marido que tenha pelo menos formação universitária.
“A mulher que tem nível de escolaridade mais elevado não se contenta com qualquer coisa”, diz.
Ela já esteve do outro lado: casou aos 20 anos, quando tinha apenas o ensino médio e havia mais oferta no mercado. Fez faculdade após o divórcio e, agora, diz que é difícil achar alguém “à altura”.
Para o presidente do site, Claudio Gandelman, as mulheres precisam abrir mão de algumas exigências para ter sucesso no relacionamento. “Realmente, não dá para ser perfeito.”