Bert Hellinger fala em seis tipos de raiva:
A primeira é quando alguém me agride ou me faz uma injustiça, e eu reajo com indignação e raiva. Essa raiva permite que eu me defenda ou me imponha com energia. Ela capacita-me para agir, é positiva e fortalece.
A segunda é quando fico enfurecido porque deixei de exigir ou pedir o que eu poderia ter tomado. Em vez de me impor, zango-me com as pessoas de quem não tomei. Essa raiva paralisa, incapacita e enfraquece.
A terceira é quando fico com raiva de alguém porque lhe fiz mal, mas não quero reconhecer isso. Com essa raiva, eu defendo-me das consequências dessa culpa e empurro-a para a outra pessoa.
A quarta é quando alguém me dá tantas coisas grandes e boas, que não consigo retribuir. Isso é realmente difícil de suportar. Então volto-me contra o doador e as suas dádivas, ficando zangado com ele. Essa raiva manifesta-se como recriminação, por exemplo, dos filhos contra os pais.
A quinta trata de algumas pessoas que têm uma raiva que adotaram de outras contra terceiros. Num grupo, por exemplo, quando um membro reprime a sua raiva, depois de algum tempo um outro membro se enraivece, geralmente o mais fraco, que não tem absolutamente nenhum motivo para isso.
A sexta raiva é virtude e habilidade: uma força de imposição, alerta e centrada, que responde a emergências e que, com ousadia e saber, enfrenta inclusive o que é difícil e tem poder. Essa raiva é destituída de emoção. Quando é preciso, também inflige algum mal ao outro, sem medo e sem maldade: é a agressão como pura energia. Resulta de uma longa disciplina e de um longo exercício, mas é possuída sem esforço. Essa raiva manifesta-se como ação estratégica.