Sobre o autismo e as constelações sistêmicas

Sobre o autismo e as constelações sistêmicas

A doença e sua “vibração” remetem aos excluídos. (…). As mulheres morreram em camadas assustando os descendentes que se protegeram de gravidez por fibroma, esterilidade ou celibato. Temos nossos 3 juramentos principais: O primeiro é “Eu acuso você”, isso vai gerar problemas de pele ou vai reativar a doença com “esquecimentos”. São doenças do amor mais do que doenças  hereditárias. Quando a pessoa é uma vítima ou um perseguidor, a consequência é mais séria. Uma pessoa atingida por autismo, esclerose múltipla ou a epilepsia apontará um assassino. A doença “protege” da violência. No caso de um esquizofrênico, a pessoa apontará o assassinato entre 2 pessoas dentro da família. Ele representa ambas as pessoas, que o deixam confuso. A confusão vai parar quando as duas pessoas se reconciliarem, em paz um com o outro.

Michel Diviné[1]

 

A frase que abre o presente artigo nos remete a importantes questões relacionadas com as Constelações Sistêmicas. É importante fazer aqui uma observação sobre quem é Michel Diviné. Segundo suas próprias palavras:

Descobri constelações familiares de Bert Hellinger em 1999 com Marlis Grzymek Laule. Lembro-me como se fosse ontem. Fiquei maravilhado e muito espantado com o fenômeno. Eu sou um engenheiro, tenho mestrado em ciências em Stanford (EUA) e trabalhei 20 anos em Arquitetura de processamento de dados Até escrevi livros sobre métodos de processamento de dados. O mundo era para mim sempre foi racional e “quase” tudo poderia ser explicado.[2]

Esse engenheiro formado na Escola Politécnica de Paris e com Mestrado em Stanford, acabou se apaixonando pelas terapias integrativas e em especial as Constelações.

As constelações não fogem à racionalidade se você se mantiver bastante alerta e observando com a mente aberta para o entendimento dos processos e das ações que compõe a mecânica de funcionamento dessa terapia.

O TEA (Transtorno de Espectro Autista)

Mas antes de entrarmos nessa questão quero falar um pouco sobre como a ciência médica vê as síndromes que compõe o que diagnosticamos de Autismo.

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. São elas: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. [3]

Conforme observamos no texto acima, existem inúmeras questões diferentes que são chamadas de Autismo. Diferentes em forma, conteúdo e intensidade. Mas o mais interessante é que não se sabe o que ocasiona as TEAS (Transtornos de Espectro Autista).

As causas do TEA não são totalmente conhecidas, e a pesquisa científica sempre concentrou esforços no estudo da predisposição genética, analisando mutações espontâneas que podem ocorrer no desenvolvimento do feto e a herança genética passada de pais para filhos. No entanto, já há evidências de que as causas hereditárias explicariam apenas metade do risco de desenvolver TEA. Fatores ambientais que impactam o feto, como estresse (…) (entre outros fatores).

As pesquisas estão muito longe de definir o que é o Autismo e como surge, mas há indicadores interessantes na frase acima, tais como predisposição genética, mutação “espontânea”, estresse para o feto. Fato é que as pesquisas ainda não deram conta de “explicar” o Autismo e muito menos de compreender de onde veio exatamente.

A ciência é muito importante para o entendimento do homem e do mundo. Também é importante compreender as relações do homem com esse ambiente. A ciência se apresenta através da medicina, biologia, engenharia, economia, ecologia, história, geografia, matemática, enfim, todas as áreas do conhecimento científico como o entendemos hoje.

Mas a ciência não conseguiu encontrar a verdade absoluta, posto que está em constante mudança como tudo que existe. E quando olhamos o mundo, apenas pelos olhos de uma parte ou pedaço das ciências, criamos um viés que pode ser ideológico ou político e, portanto, questionável.

O mundo é complexo e não temos uma ciência que abrace todos os conhecimentos.

Terapias e a Medicina ocidental

Quando falamos de princípios e terapias de saúde não convencionais para os ocidentais (entendidos aqui como os que constituem a sociedade capitalista), logo vemos que práticas médicas milenares como a medicina Ayurvédica, a medicina Chinesa ou  a medicina Xamânica,  entre inúmeras outras, são amplamente perseguidas pela “ciência médica”, que, ao final, confrontada com resultados, acaba por absorver essas práticas e tenta torná-las de uso restrito e exclusivo de seus membros (Exemplo no Brasil da Acupuntura e homeopatia)

O que é sintoma ou doença? E o que é saúde ou cura? Tudo depende de como vemos o mundo que nos cerca e as energias que o compõe e de como vemos as nossas energias físicas, mentais, emocionais e espirituais.

Isso posto, o Autismo, para as constelações sistêmicas tem um gatilho de trauma entre a 3ª a 6ª gerações passadas. Em minhas experiências como consteladora, percebo que esse trauma se irradia e normalmente está relacionado com assassinatos e mortes, muitas vezes associadas à guerras e perseguições que levam a morte, seja por assassinato ou suicídio. São esses excluídos da linhagem familiar que trazem seus códigos de identificação para o indivíduo da geração atual.

Assim como em situações relacionadas com depressão e Alzheimer, o Autista tem um comportamento que na maioria das vezes é de isolamento social, vivenciando uma compensação sistêmica com seu antepassado da linhagem do pai ou da mãe.

É no ato de incluir o antepassado excluído, honrando pai e mãe e trazendo a linhagem da vida de volta, que conseguiremos trazer o equilíbrio nas relações com o mundo. Como em inúmeras outras áreas, a Constelação Sistêmica como coadjuvante tem auxiliado muito na melhora terapêutica e gradual de quem tem Transtorno de Espectro Autista (TEA).

As Constelações apresentam resultados que podem ser aferidos nos depoimentos de quem fez a constelação e na sua utilização como prática terapêutica aceita no SUS (Sistema Único de Saúde) e pela Justiça brasileira. É o que se convencionou chamar de Direito Sistêmico.

Para muito além das polêmicas, lembro que a Acupuntura já foi perseguida por conselhos de medicina, sendo chamada de charlatanismo, até ser “oficializada” como especialidade médica. A medicina ocidental tem muito pouco tempo de existência, a Acupuntura já existe a mais de 5 mil anos.

Bert Hellinger juntou nas constelações um conteúdo amplo de terapias e conhecimentos tradicionais de xamanismo e ancestralidade (Zulus). Estamos apenas começando a trajetória de uma nova área que alia conhecimentos tradicionais para buscar respostas que a “ciência” mais tarde irá incluir.

 

[1] Diviné, Michel. Constelações de acordo com Bert Hellinger. P. 16 http://constellation-familiale.eu/wp-content/uploads/2018/08/Family-constellations.pdf

[2] Ibidem P.5.

[3] https://autismoerealidade.org.br/o-que-e-o-autismo/

4 thoughts on “Sobre o autismo e as constelações sistêmicas

  1. Rita Hipólito says:

    Tenho um filho de 15anos que tem autismo
    Tive acesso ao material sobre síndrome do gêmeo sobrevivente e na hora linkei os dois assuntos! Quero saber se existe conteúdo

  2. nayara.oliveira22@gmail.com says:

    Olá, Claudya, como vai?
    Vi sua explicação, mas o que fazer se não conhecemos a história da nossa sexta geração? Como constelar isso?
    Muito obrigada!

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