Jornal Estadão – Minha experiência

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Minha experiência – Como é comum fantasiar e depreciar o serviço oferecido por agências de encontros, o jeito foi me inscrever nos programas para saber como funcionam. A primeira experiência foi na A2 Encontros, para uma palestra de apresentação do curso que seria realizado pela proprietária e psicóloga Claudya Toledo. Na sede, à noite, as pessoas foram chegando. O grupo tinha cerca de dez mulheres e quatro homens. Desanimador, pelo número desproporcional e tipos de solteiros que apareceram por lá.A ala feminina contava com mulheres interessantes, na faixa dos 35 a 45 anos. Mas, entre eles, foi uma decepção (geral): um senhor atarracado, um cinqüentão formal demais, um gordinho e careca de 37 anos, e outro na casa dos 30 (ou menos) que inspirava apenas compaixão da mulherada presente. Saí de lá com o cartão do cinqüentão, que ainda ofereceu carona. Recusei. Se ao menos fosse meu tipo… No dia seguinte, fiz a inscrição. Passei pela primeira entrevista, como sempre, sem revelar a minha real intenção, que era a de avaliar os serviços. Para eles, eu era mais uma candidata atrás da cara-metade. Durante mais de uma hora, uma simpática e divertida psicóloga explicou todo o processo. O passo seguinte foi preencher um questionário extenso e marcar nova entrevista com outra psicóloga, para destrinchar meu perfil. Teria de levar certificados de idoneidade e cheques de entrada. Para agilizar o processo, já com o consentimento da proprietária da A2, mandei uma foto para anexar ao meu perfil. Foi a própria Claudya Toledo que selecionou três candidatos, por meio de cruzamento de dados e do seu “feeling”. Dos três, escolhi para o primeiro encontro um dentista bonitão de 41 anos. Como segunda opção, um engenheiro, de 45, apesar de ter invocado com a franjinha dele. O terceiro, descartei. Fui preterida pelo dentista, o aviso veio por e-mail. Soube depois que ele preferia mulheres bem mais novas. Entrou em ação o plano B, e o segundo candidato quis me conhecer. Mais uma recusa, minha auto-estima iria por água abaixo. Passaram-lhe meu celular, ele me ligou. Marcamos o encontro num bar. Ele era como na foto, a mesma franja, não teve erro. Beijinhos, cumprimentos e nos sentamos à mesa. Nem deu tempo para constrangimentos. Ele se mostrou simpático, divertido e falou muito dele. Contou que já estava na agência há quase um ano, que adorava as viagens de solteiros e que, entre as candidatas que conheceu, chegou a sair com uma, mas a relação degringolou depois que ela teve uma crise de choro, numa praia enluarada. Em prantos, a moça confessou que gostava ainda do ex. Demos muitas risadas, mas faltou “química”. Num gesto raro, ele pagou a conta. Nunca soube se ele se interessou ou não por mim. Na Lunch for Two, o meu acesso se restringiu à primeira entrevista com uma psicóloga, que entregou um questionário extenso para eu preencher. Passei pela “avaliação” de outra profissional, que perguntou sobre vida pessoal. Parei por aí. Não tive acesso a pseudo-candidatos. Na Table for Six, não passei por seleção e logo me encaixaram num jantar apenas para selecionados. O restaurante escolhido foi o Bistrô Charlô. Uma pessoa da agência recepcionava a turma e fazia as apresentações. Entre os convidados, havia executivos, empresário, médica, todos separados. Entre os homens, dois tinham 37 anos e outro, por volta de 60. Quando chegou a vez de as mulheres dizerem suas idades, todas mudaram de assunto. Durante a conversa, surgiram algumas questões polêmicas, provocações, mas nada que tirasse a animação da noite. Pode-se dizer que, para um encontro às cegas, foi surpreendentemente prazeroso. Na despedida, beijos e uma convidada se encarregou de pegar os e-mails e repassar os contatos. Se o grupo vai se reunir novamente? Talvez. Namoro que é bom, quem sabe em outra rodada.

 

Agencia Estado

12 Junho 2007 | 05h 38 – Atualizado: 12 Junho 2007 | 05h 38

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